Editorial

Editorial – Gurus e negócios

Governos e suas personalidades passam, países continuam. A busca de uma identidade ideológica e geopolítica entre nosso país e os USA através de suas lideranças atuais é, assim, precária e temporal.

Na medida em que nosso idioma pátrio foi-se deteriorando ante o avassalador poderio do idioma inglês na tecnologia, na mídia subserviente e nos modismos importados, a dominância cultural grassou como fogo em capinzal seco. Fala-se, aqui, o “portinglês”.

A visita do Jair ao Trump, portanto, não pode ser reduzida a eventuais afinidades ideológicas e políticas, de “Weltanschauungen” místicas e metafísicas. Temos interesses pragmáticos comuns, refletidos nas relações comerciais.

Botar, portanto, gurus ultradireitistas como Olavo de Carvalho e Steven Bannon à mesa de discussões, é péssimo negócio. Nada entendem de economia. Não será com ideias estapafúrdias e extremadas que conseguiremos criar e manter nosso prestígio internacional.

Não precisamos de predadores, venham de onde vierem, impondo regras. De 2003 a 2018 o Brasil perdeu notáveis chances comerciais, com sua estratégia torpe de lançar o hemisfério Sul contra o do Norte, em nome de um anti-imperialismo atávico.

Precisamos de bons parceiros capazes de assumir compromissos a longo prazo e honrá-los, sem pressões ou óbices a bons negócios mútuos, ou seja, de sócios confiáveis e não de ideólogos exacerbados. É por aí…

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