Editorial – Predadores

Afirmamos, vezes, que o mal chamado “jogo político” hora praticado no país é mero sintoma de doença grave, reflexo perpétuo do nível civilizatório vigente por estes brasis desde suas origens.

Atribuir nossas mazelas permanentes ou circunstanciais a fatores externos – precariedade educacional, cultural, ingenuidade mórbida ou ira dos deuses e os raios que os partam – elude o fulcro da questão fundamental: a índole, o caráter de um povo.

Afinal, a ignorância cognata, revelada em ações bem mais fisiológicas que racionais na avaliação de situações políticas, dentre outras, não é fator efêmero: é elemento nuclear de um comportamento social específico.
Bem… E daí? Daí que a “guerra” atual entre predadores pelo poder revela – dos municípios a Brasília – que pouco mudou com o novo governo. O país trocou de “donos” e mantém o sistema corrompido e pernicioso de sempre.

Além disso, o Jair e parte de sua equipe, por mais bem intencionados que sejam, estão sob fogo cruzado inimigo e “amigo”. Este é mais perigoso que aquele, por ser mais insidioso e sorrateiro. Projetos exclusivamente de poder, jamais de governo, estão cozendo no caldeirão do inferno institucional ora camuflados, ora abertamente.

Os predadores não desistirão fácil. Teremos, nos próximos anos, dificuldades graves que somente serão evitadas com sólida união pelo país, coragem, paciência e persistência. Não adianta chamar o Batman…

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