Vereadores vão votar investigação sobre Atila, Sama e o caos da água em Mauá
Ao justificar o pedido, a ser votado na terça-feira, Marcelo Oliveira afirmou que “o povo de Mauá não suporta mais tanto sacrifício”, e que “está difícil andar nas ruas, com tanta cobrança, mas o prefeito não responde aos pedidos de informação para dizer se está pagando a Sabesp ou não”. Disse ainda: “Só sabemos que a conta está muito cara, não tem água, e no mês que vem ele (Atila) vai querer começar a cobrar a taxa do lixo junto com a conta de água”.
No início de janeiro, o REPÓRTER ouviu moradores do Jardim Sônia Maria, em São Paulo, que afirmaram ter um abastecimento normal e satisfatório por parte da Sabesp, deixando claro que o problema de falta de água é exclusivo de Mauá, pois no bairro do mesmo nome, quando se atravessa apenas uma rua, e já no limite do território mauaense, o desabastecimento é diário. Na oportunidade, a moradora Eunice Neves declarou à reportagem: “A gente tinha aquela esperança com a mudança de prefeito, mas não muda nada”. Solicitada a explicar porque sobra água em São Paulo e falta em Mauá, Eunice resumiu: “A explicação é que lá é São Paulo, tem outro prefeito, a distribuição é da Sabesp; e aqui é Mauá, Sama…”
Jerson Kelman, presidente da Sabesp, disse ontem que a companhia tem a solução para o problema, mas Mauá só paga em média 8% do que deve todo mês, e destacou que “é preciso restabelecer o mínimo de credibilidade no contrato.” Sobre o preço da água, o executivo disse: “Quem estabelece o valor da água não somos nós, é a agência reguladora.”
Em fevereiro, a Sabesp forneceu a Mauá 2,8 milhões de metros cúbicos de água, no valor de R$ 6,073 milhões, mas a cidade pagou R$ 242,9 mil, como mostra o quadro.
“A dívida do município é astronômica, e nós só não paramos de fornecer porque quem iria pagar seria a população, mas o curioso é que eles continuam cobrando o valor total do munícipe”, disse Kelman. Ele ressaltou ainda que, apesar disso, nunca foi diminuída a vazão de água, como fala o prefeito: “Na crise hídrica, entregávamos 950 litros por segundo, e hoje a entrega é de 1.050 l/s, mais 400 m³ de água de reuso para a indústria”.
Para completar, o presidente da Sabesp disse que “Mauá perde 50% da água que é entregue, por falta de manutenção, enquanto a média é de 37% no País.”