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Pena de morte em discussão

 Pesquisa do instituto Datafolha divulgada nessa semana revela que cresceu entre a população brasileira o apoio à pena de morte – de 47% em 2008 para 57% atualmente. A velha máxima do “bandido bom é bandido morto” é o que argumenta essa parcela da população que quer resolver o problema da violência urbana pelo fim e não pelo começo. Essas pessoas querem uma solução milagrosa para o problema da criminalidade, como se houvesse uma. Reduzir a maioridade penal e implantar a pena de morte são soluções paliativas que, além de não resolverem o problema da criminalidade, podem surtir o efeito contrário. Muitos países já abandonaram essa prática e outros tantos, onde ela ainda existe, acabam por não aplicá-la ou mesmo demoram anos ou décadas para executar a pena isto porque a eficácia dela é duvidosa, seja a curto, médio ou longo prazo. Antes de qualquer coisa, é preciso entender aquilo que se pretende combater e é por isso que existe uma ciência que estuda o fenômeno da criminalidade e todos os seus aspectos – a criminologia. Entender a criminalidade e o criminoso para então desenvolver estratégias no sentido de solucionar os problemas é tarefa para especialistas, não para leigos. E querer resolver o problema de forma rápida, sem enfrentá-lo com a seriedade que ele exige é a fórmula do fracasso mesmo porque a pena é a última das medidas de controle social – não seria melhor repensar o que está acontecendo com todos os meios de controle social que deveriam funcionar antes da pena? A meu ver, é por aí que devemos começar – pelo começo e não pelo final.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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