Politica

Editorial – A nobreza plebeia

 A Procuradoria Geral da República divulgou haver 95 ações penais e 439 inquéritos, no Supremo Tribunal Federal, sobre indivíduos com “foro privilegiado”. No STJ são 72 ações penais, 101 inquéritos e 54 sindicâncias. Todas devidamente protocoladas, mas, também acomodadas sob as excelsas nádegas dos julgadores. 
Parece-nos viver ainda sob o simulacro de arcaica regência nobiliária ungida por algum  deus sarcástico e sectário a atribuir benesses aos seus preferidos. Caracteriza-se, o fato, da casta atual não decorrer de direitos de sangue perpétuos como antanho, porém, da capacidade de comprar consciências. 
Até o Século XVIII a nobreza atribuía-se “direito divino”. Príncipes e princesas tão inúteis quanto abjetos sucediam reis e rainhas idem. E a plebe beócia e bovina os venerava, por medo do poder ou êxtase doentio. Desde a Revolução Francesa, contudo, as tiranias “celestiais” passaram a perder as cabeças. 
Temos hoje formas diferentes para os mesmos conteúdos. Setores abastados da “ralé” assumiram o papel de nobrezas plebeias, sob a égide dos “pixulecos”. Seguem comprando títulos, cargos e perdão por seus pecados. Quem tem mais, chora menos. 
O negócio das indulgências sempre foi muito lucrativo, seja para fugir do Inferno na Idade Média ou das leis, nos tempos atuais. A pompa extravagante de tribunais são resquícios de outras eras. A adesão aos poderosos, também! 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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