Afirmamos amiúde que o Congresso não resolve problemas: ele é o problema. Insistimos à exaustão, por mais azedume que isso cause, que só elege gangsteres a qualquer cargo quem neles se vê representado. Sendo estes a corda, aqueles são a caçamba. A Carta Magna de 1988 propicia tais patuscadas.
Eclética a extremos, tem mais penduricalhos favorecendo iniquidades que o aceitável e imaginável. Desses, o “Foro especial por prerrogativa de função” é um dos mais execráveis. Na teoria seria para impor a “autoridades” criminosas maior agilidade no julgamento de seus atos.
Na prática – a mando do Executivo, manobras do Legislativo e cooptação do Judiciário – visa protegê-las e, sempre que possível, blindá-las. Não é só o crime organizado comum que defende “seus territórios” a qualquer custo, neste país sem prumo nem rumo: a especialização é da casta política, dos municípios a Brasília.
Afirmamos ainda que sem profunda Reforma Política nenhuma outra prosperará. Sem exigi-la vigorosamente, seguiremos como eternas geratrizes do problema.
