O canto do Joca

Chelsea Market, exemplo a ser olhado com carinho pelos gestores para nossos galpões

 Uma rápida visita ao Chelsea Market, no maravilhoso bairro boêmio de Nova Iorque com nome de time de futebol inglês, com certeza poderá inspirar nossos gestores, públicos e privados, para uma concepção que há 15 anos vem encantando moradores locais e turistas: o antigo (de 1890) galpão da National Biscuit Company (lembram-se dos biscoitos Nabisco? Pois é, essa é abreviatura da empresa que produzia os deliciosos Oreo). E nesses 15 anos, o mercado, que tem em sua maioria cafés, restaurantes e atividades ligadas à gastronomia (mas não somente à ela), multiplicou de tal forma que hoje é frequentado por cerca de 6 milhões de visitantes/ano. Tudo isso para cerca de 40 lojas.GALPÕES
Quando a gente trafega por diversos pontos de Santo André, São Bernardo e São Caetano, só para citar algumas das cidades da região, e vê inúmeros galpões industriais gigantescos totalmente abandonados, e conhece de perto essa intervenção de sucesso no Chelsea, logo pensa na possibilidade de ver algo do tipo em nossas cidades. Claro que as condições são bastante diferentes, mas nada que um bom estudo de marketing, um planejamento adequado, e a parceria de investidores dedicados seja incapaz de solucionar. Vale visitar e entender o Chelsea Marker, em Nova Iorque.
PAN
Ao conhecer o resultado do que foi a fábrica da Nabisco (onde são mantidas à mostras antigas vigas de aço e tubulações gigantescas, que passaram a integrar o lay out do espaço, o que vem à mente num primeiro momento é o prédio da Chocolates Pan, em São Caetano. Já vendida há algum tempo, sabe-se lá se ela resistirá por muito tempo vendendo suas guloseimas. Ou se precisa de tanto espaço para tal. Quem sabe não poderia adequar suas antigas e históricas instalações para abrigar um Pan Mercado na região? Só uma ideia.
GLOBAL
Só mais algumas informações sobre o Chelsea Market. Tem um quarteirão de comprimento e um quarteirão de largura e apenas a uma curta caminhada do rio Hudson, na área de Manhattan, conhecido como Meatpacking District, e tornou-se em apenas quinze anos uma das maiores salas de comida interior do mundo, com mais de 35 vendedores que passam de tudo, da sopa às nozes, do vinho ao café, do queijo ao cheesecake. Atraindo anualmente 6 milhões de visitantes nacionais e internacionais, é um dos destinos mais traficados e escritos de qualquer tipo na cidade de Nova York. Chelsea Market é um mercado de bairro com uma perspectiva global.
HISTÓRICO
A área sempre foi o lugar da comida na cidade, começando com os índios algonquinos, que trocaram seu jogo e culturas nas margens do rio Hudson neste mesmo local. Os trens da High Line já serviram os açougueiros grossistas que alinhavam as ruas sob as trilhas e arrefeceram suas provisões com blocos de gelo do rio Hudson, e a National Biscuit Company estabeleceu sua fábrica – agora recuperada como o Mercado de Chelsea – aqui para aproveitar a banha de açougue no século XIX. Esta longa história – e a arquitetura de tijolos desgastados do prédio – confere ao mercado um caráter único. Para turistas e até turistas casuais, é possível entrar no mercado em uma extremidade da manhã e não sair do outro até a hora do almoço, sem nunca estar entediado – e certamente sem nunca estar com fome.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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