Editorial – Dando mole para o azar

Entrando, parar logo após a porta até que se feche, para só depois estacionar na vaga. Saindo, pedir ao porteiro que observe a rua, de não haver circuito externo de câmera e, igualmente, só seguir após a porta estar fechada. Síndicos há que instalam faixas muito visíveis nas rampas de garagens com tais instruções. A maioria sequer as vê.
Daí vem a bandidagem, pega a garagem aberta e invade, barbariza, rouba, deita e rola. As pessoas conscientes dos riscos da violência urbana e seguidoras das regras citadas, raramente botam a culpa de um desastre desses na polícia, no governo estadual, federal ou no prefeito: sabem que algum morador falhou seja por inconsciência, seja até por mau caráter derivado de crasso individualismo. Estes, botam a culpa até no Papa.
Diz o adágio que zelar pela segurança pública é uma obrigação do Estado, mas, é também um dever do cidadão. Polícia na rua é essencial, sim, para coibir a criminalidade. Mas, se não fizermos nossa parte, estaremos dando mole para o azar e colaborando para pôr não só nossa vida e patrimônio em risco, como também os dos vizinhos. Certo?

