Editorial – Dando boi
Aventar que uma única mala talvez não desse para resolver se havia crime, ao ser empossado pelo denunciado Temer, pivô dos 500 milhões apreendidos pela própria PF recentemente, é entender que focinho de porco é tomada.
Segundo o procurador Carlos F. dos Santos, da Lavajato, em primeiro lugar, não cabe a quem não é responsável por investigações pronunciar-se sobre elas. Seu cargo é de chefia administrativa da PF. Depois, não sabe à PF falar sobre denúncias realizadas, prioridade do Ministério Público.
Acrescentemos que não é sua função específica questionar o MP politicamente, incentivando conflitos de competência. A bandidagem institucionalizada festeja tais lambanças. Quiçá ele esteja na chefia exatamente para isso. O tempo dirá, mas o recém-inaugurado xerife começou impressionando mal. Muito mal.
Arrastará consigo alguns colegas vacilantes na empreitada de livrar safados de grosso calibre e terá, consequentemente, o repúdio da instituição, se tal fizer. Mais: ficará sob a lupa do MP, de instâncias superiores da Justiça, da imprensa e da cidadania.
Não é sempre que funciona o ditado popular “onde passa um boi, passa a boiada”…