Editorial – Poucos! Pouquíssimos!

 No circo da CPMI sobre Joesley Batista, cujas pirotecnias servem apenas para manterem atores meia-boca sob holofotes, dizem que investigam crimes de corrupção. O caso é que a maioria de tais “investigadores” mequetrefes está sob investigação, por exemplo, da Polícia Federal. 
Consequência? Troca-se o delegado geral Leandro Daiello – baluarte da instituição – por Fernando Segóvia, ligado ao icônico Sarney, o Poderoso Chefão do PMDB. O cerco à Lavajato vai-se estreitando, para regozijo das organizações criminosas que dominam o país. O sistema não dá ponto sem nó, contanto de não largar o osso.
Serve-se tanto da apatia bovina popular quanto de “cabeças de área” como os advogados de seus sicários mais notórios, para os quais “não há provas” contra seus clientes tão corruptos quanto privilegiados. As há, em quantidades monumentais. 
Estuda-se, ainda, uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para eventuais condenados em instâncias superiores no quadro da Lavajato. Conta-se também com a prescrição dos processos devido à providencial morosidade judiciária pois corrupção não é crime hediondo, ao amparo também do famigerado “foro privilegiado” dos donos do poder. 
Poucos, pouquíssimos parlamentares e gestores, seja nos municípios e estados, seja na portentosa Brasília, não estão com os excelentíssimos rabos presos. Os demais, à maneira de provas, basta seguir o dinheiro. 

Sair da versão mobile