Editorial- Aposentadoria: o mito
É fato que o imbróglio burocrático tem de ser aperfeiçoado e que todos têm de ter tratamento equânime, sem privilégios injustificáveis, como os da casta política e outros setores institucionais. A gestão precária dos recursos é outro problema.
Veja-se, v.g., os privilégios de ex-presidentes pela Lei 7.474/1986: seis servidores para segurança e apoio pessoal e dois veículos oficiais, com dois motoristas. As distorções subjacentes acompanham a principal. Sonegação e apropriação indébita são beneficiadas por esdrúxulas legislações de “refinanciamento” de sonegadores.
A causa principal do eterno “rombo da Previdência”, ao nosso ver, é o mau uso dos recursos em fins outros que ressarcir os contribuintes. Governos incompetentes ou ímprobos lançam mão do dinheiro da aposentadoria para fins indevidos, como tapar crateras orçamentárias e outros ainda menos louváveis.
O mito da “Previdência Deficitária” não resiste a qualquer análise coerente. Aperfeiçoar o sistema? Sim! Jogar as consequências desastrosas de desvarios político-administrativos nas costas de trabalhadores? Não!