Editorial – Vendendo a alma
A única receita para equilibrar receitas, em épocas de vacas magras, é racionalizar a máquina pública: cortar mordomias, vantagens indevidas e tudo que signifique gasto supérfluo. Requer, além de competência, coragem!
Atrás das boquinhas extintas cairia um exército de aspones inúteis. A economia seria expressiva. Outra moda, ativa entre incompetentes, é a da privatização de fundações, institutos, autarquias, parques etc. para cobrir os rombos vindos do cabide de empregos e má gestão.
É como se, faltando dinheiro no fim do mês, a família vendesse seus bens para “sair do vermelho”. Como raramente se compra algo detonado, teria de vender o que funciona bem. No círculo vicioso de dispor de patrimônios a raiz do problema permanece intacta: a inépcia administrativa. Se passar ao setor privado setores estratégicos do município fosse supimpa em termos de eficiência e economia de recursos, ora, privatize-se a própria administração, proposta da problemática tese do “Gerente de Cidade”. Intermediários amealhariam fortunas, enquanto a cidade venderia de vez a alma ao Cramulhão.