Editorial – Dignidade
2. Função, honraria, título ou cargo que confere ao indivíduo uma posição graduada; 3. Autoridade moral, honestidade, honra, respeitabilidade, autoridade; 4. Decência, decoro; 5. Respeito a si mesmo; amor-próprio, brio, pundonor”.
Tirando 1 e 2, cujo sentido amplo vê cara e raramente coração, 3, 4 e 5 nos falam do sentido restrito, vinculado a valores pessoais inatos e intransferíveis. Assim, quando ouvimos a saudação “ – Digníssimo presidente da egrégia Câmara Municipal” – ou outras instituições – não significa que o fulano seja necessariamente digno.
Pode ser baita picareta explícito ou dissimulado e, via de regra, é, desde os tempos medievais, no qual a “nobreza” adorava enfeitar seu pavão com superlativos. O item 3 não é dádiva formal e laudatória. É uma conquista de quem é justo, mesmo que entre injustos.
Ausente, leva à decepção, que leva à desilusão. A desilusão leva tanto à frustração apática quanto à ira incontida, em seus extremos. Tal produz resultados desastrosos. O que sustenta a pessoa, nos momentos trágicos ou felizes, é seu foro íntimo. Como um marujo de pernas e mente firmes atravessa altaneiro todas as tormentas e tempestades.
Os “digníssimos” indignos – como vemos aos montões na casta política cabocla em nossos dias – podem ter tudo. Falta-lhes o essencial: a Dignidade.