Editorial – Pátria mal amada
O nosso café e o Pelé, seus embaixadores mais insignes, nesse contexto perderam mercado devido ao desgaste implacável dos anos e o surgimento de novos produtos exaustivamente elaborados. Perderam o compasso da História.
O patriotismo brasileiro restringe-se ao futebol, ao carnaval e estranhas manifestações preferenciais ditas religiosas ou sexuais, fenômenos que atraem incalculáveis multidões às praças e avenidas. Tudo bem, cada um se diverte como pode.
A luta contra a corrupção – fato que destrói o País, a Nação e a Pátria – sofreu o mesmo desgaste do café e do Pelé: o Povo – quarto elemento do quarteto metafísico sócio-político-geográfico-institucional – desenganou-se. Cansou… Quer novidades.
A Pátria, ente esotérico intangível, paga o pato. Indignada, volta-se contra os filhos ingratos que a ignoram e deixa de ser a mãe gentil. Recolhe-se aos seus rancores e maus humores e sai de cena enquanto o país, a nação e o povo se degradam.
Zelar por ela é ofício árduo. Para ela, de nada valem festinhas num dia ou semana se, no resto do tempo, é sobejamente ignorada. A Pátria é amor para o ano inteiro, ano após ano. Ou nada é…