Editorial – Os donos do bode
Não foi o que aconteceu em Mauá, com a dívida de 2,5 bilhões do SAMA (Saneamento Ambiental de Mauá) e da prefeitura – responsáveis legais pelo fornecimento de água potável e coleta de esgoto do município – com a SABESP, que presta os serviços.
A Justiça permitiu à concessionária a redução de 10% do fornecimento de água ao município, em “punição” pela dívida. Deu bronca justa e geral. Prefeitos e secretários (o atual prefeito, que empurrava o problema com a barriga, foi um deles) sucederam-se dando calote na SABESP na última década ou mais. Recebiam a grana, mas, não repassavam.
O caso é que o povo pagou suas contas e o dinheiro sumiu. Os donos da façanha deveriam ser enquadrados respondendo com o próprio patrimônio pelos prejuízos do fornecedor e da população. Mas, sabemos como funciona: político, aqui, só tem medo de bronca popular em massa. Havendo, a coisa muda rapidinho.
Os involucrados correm a tentar acordos e soluções de há muito procrastinadas. A medida judicial oportunamente produziu tal efeito ao soltar o bode na sala.