Editorial – Paisagismo racional
Diz ele: “Planta não reconhece fronteiras políticas, mas ambientais, e planta nativa é aquela que existia originalmente na região”. Ora, a formação de um bioma dá-se por processo pontual de seleção natural e leva séculos, senão milênios. A planta apta sobrevive, a inepta perece.
Trazer plantas de outros biomas e espalhá-las pelas cidades a torto e a direito sem os imprescindíveis estudos preliminares e provas de viabilidade a longo prazo, não nos parece razoável. Mas, pode ser muito lucrativo para os involucrados.
É como construir edifícios com os materiais mais baratos, ainda que com acabamentos mais exuberantes, para auferir os melhores lucros. A questão do verde urbano não pode ser encarada como mero “enfeite” pelo gestor consciente. Ela é vital para a qualidade de vida da população.
O paisagismo urbano tem, assim, de ser absolutamente racional, calcado em fundamentos científicos e evitar, incisivamente, modas impostas pelo mercado. Há que pôr a árvore certa no lugar certo, para que nada dê errado…