Cidades

Referência na luta antimanicomial, Santo André inaugura sexta residência terapêutica

 Pioneira nacional no modelo, Santo André inaugurou ontem a sexta residência terapêutica do município, na Vila Tibiriçá. O novo espaço recebeu oito moradores egressos de hospitais psiquiátricos do interior do Estado. Outros oito munícipes que ainda vivem em instituições do gênero serão acolhidos em uma nova residência terapêutica, a sétima na cidade, que será inaugurada em agosto. A iniciativa cumprirá o Termo de Ajustamento de Conduta firmado em 2012 entre Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Estado de São Paulo, União e os municípios, que assumiram o compromisso de cumprir a Lei 10.216/2001, que prevê a desinstitucionalização de pessoas ainda internadas em hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba, atualmente o maior pólo manicomial do país.
“Nossa cidade foi a primeira do Brasil a adotar os Serviços Residenciais Terapêuticos, em 1999. Estamos dando continuidade a um projeto que é importante porque cuida das pessoas com humanidade. Nossa gestão assumiu e aceleramos o processo para que esses munícipes que viviam em hospitais psiquiátricos voltassem para a cidade e mais que isso, para um ambiente que os trate com dignidade. Nós somos destaque na luta antimanicomial e vamos trabalhar para continuar sendo referência nessa e em outras políticas públicas”, afirmou o prefeito Paulo Serra (PSDB).
O Ministério da Saúde repassou R$ 40 mil para aquisição de móveis e adaptações das duas novas residências, além disso, vai repassar R$ 20 mil por mês para cada casa, que são cadastradas como tipo II (destinadas às pessoas com transtorno mental e acentuado nível de dependência). Porém, a maior demanda será custeada pelo município.
 Custeio
 “O custeio total de cada casa é de R$ 48 mil mensais, ou seja, a Prefeitura vai pagar R$ 56 mil. Esse valor se justifica, além da manutenção do espaço, com a contratação de técnicos de enfermagem e outros profissionais, já que os moradores têm um nível de comprometimento que necessita de cuidados constantes”, explica a secretária de Saúde, Ana Paula Peña Dias.
A mudança de um ambiente fechado para uma casa trouxe melhora significativa para Antonia Maria Cirino, de 85 anos, que apresenta um quadro demencial. Institucionalizada há 35 anos, Antonia em poucos dias vivendo na nova residência deixou de utilizar a cadeira de rodas, passou a se locomover com andador e até começou a ensaiar algumas palavras e sons. “Quando eu ia visitar minha mãe no hospital no interior, não podia ver muito o local onde ela ficava, mas percebo a mudança dela, agora ela está muito mais feliz. Eu nem imaginava que ela poderia voltar a andar”, comentou o filho Oseias Cirino.

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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