Editorial – Fogo no galinheiro

Mais um tanto, o Estado fascistóide decretará que o preço das calcinhas deverá ser igual ao das cuecas. Em qualquer país medianamente moderno quem determina o preço de serviços e produtos é o mercado, qualquer boteco do tipo mosca-frita sabe disso. Cobrou de mais, se ferra. Cobrou de menos, idem.
A medida judicial provocou, porém, densos debates entre “machistas” e “feministas” nas redes sociais, depositárias incontestes da imbecilidade humana sempre a serviço de banalidades. Em Gênesis 1:27, afirma-se que Deus “macho e fêmea os criou”. Estaria equivocado o Velho Testamento?
Na engenharia reversa do conceito filosófico, machista é quem segue machos, feminista é quem segue fêmeas. Indo a um cabaré (chamados “points” nestes tempos dominados pelo portinglês) baladear, o que interessa não é o preço. Menos ainda, quem paga a mais ou a menos.
Interessa “a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nesta vida”, diria o Poetinha Vinicius. Mulheres e homens bem resolvidos, enfim, não necessitam que o Estado se meta onde não foi chamado, ainda mais em assuntos de pegação. Certo?

