Quem semeia cataventos colhe muitas felicidades
Quem passa por Porto Alegre não pode, jamais, deixar de viajar na Casa de Cultura Mario Quintana, na travessa dos Cataventos, antigo glamouroso Hotel Majestic, onde o poeta morou por cerca de 12 anos. O espaço vem sendo revitalizado pelo trabalho de um apaixonado por Cultura, o diretor de teatro Jessé Oliveira, que desde novembro dirige a CCMQ. E já fez milagres em pouquíssimo tempo. Tende a fazer mais, se ninguém atrapalhar.
A casa tem 12 mil metros quadrados, e muitos espaços para feiras, exposições, teatros, cinema, e um café trilegal na cobertura. O único drama é conseguir uma mesa para saborear o preto que satisfaz.
Há também um espaço aberto, na cobertura, de onde se tem vista linda da Porto Alegre, com bancos onde se pode sentar, conversar, ler, namorar… viver!
Mario Quintana chegou a participar da inauguração da casa, em 1990, no governo de Sinval Guazelli (vice que assumira a cadeira de Pedro Simon, então candidato ao Senado). Quatro anos depois, morreria.
Nascido em 1906, Quintana estreou na literatura com o livro de poemas “A Rua dos Cataventos”, em 1940. Seu útimo trabalho publicado, uma coletânea de poemas inéditos, saiu em 1990, sob o título de “Velório sem Defunto”.
Seu poema mais lembrado, o “Poeminho do Contra”, reza: “Esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão… eu Passarinho!”