Editorial – Cordéis e rabo preso
A Lava Jato foi essencialmente técnica, ancorando-se nas leis vigentes, provas e testemunhos. Alicerçou-se em fatos e, ao contrário do que chefes e adeptos de organizações criminosas pretendem, não foi seletiva: sobrou para todo mundo envolvido sem distinção de gênero, número e grau. De Lula a Aécio, passando por Temer e Dilma, do PT ao PMDB, passando pelo PSDB. Chegando porém às últimas instâncias, as ações penais cíveis e criminais deixaram de ser jurídicas, passando ao campo pantanoso da má política. Indistintamente, as atuais elites institucionais visíveis do Estado estão em mãos de quem tem rabo preso e, de fato, não sabemos exatamente quem lhes move os cordéis aqui, ou no exterior.
No STF, se figuras tormentosas como Lewandowski e Tóffoli passaram a discreto segundo plano no noticiário, o inefável causídico Gilmar Mendes assumiu descaradamente o centro do palco e os holofotes, como impávida messalina à mesa dos poderosos. Fora o rabo preso com a JBS quem mais, verdadeiramente, lhe puxa os barbantes nesse sórdido circo de marionetes?