Editorial – O problema

Numa empresa você é o que faz, não o que diz. Já na “vida pública” e falando de política, a inversão é ostensiva. O que seria para o povo, pelo povo e com o povo, numa república democrática lato sensu, torna-se pasto farto para oportunistas falastrões, inescrupulosos e cínicos.
Se nas empresas bem sucedidas o “rouba, mas faz” dá cadeia, na política nanica salafrários se dão bem, viram ícones, heróis populares e partidários. Arrastam multidões no lero-lero e geram hordas fanáticas irremediáveis. Veja-se, por exemplo, Maluf e Lula, as caras da mesma moeda podre: a corrupção.
Embora cansativamente, voltamos à singela pergunta que não quer calar: quem, numa democracia, bota os canalhocratas “lá”, dos municípios à União? Certamente não seria o Espírito Santo, ou a demoníaca boca dos canhões. Os representantes – insistimos – são o álter-ego dos representados. É o que está em julgamento no STE, nestes dias.
Cassada a chapa Dilma-Temer, ou não, o que deveria ser julgada é a índole do eleitorado. O problema de um país que não funciona não são apenas seus dirigentes calhordas, porém, os que os elegem.

