Editorial – 100 dias de solidão

Enquanto aqui o esquema de corrupção na Petrobrás chega a R$ 60 bilhões apurados por agora, sem volta ou punição exemplar, “na Suécia um político que usou indevidamente milhas acumuladas em cartão corporativo no valor de R$ 3,8 mil” foi enquadrado pelo sistema anticorrupção. E tome pau! Aqui, quanto mais calhorda mais admirado, idolatrado e prestigiado.
Cem dias de balcão de negócios, armações, tretas, mutretas, acomodação dos aspones amigos, conluios e negociatas e o raio que os parta sempre alegando benefícios maravilhosos às cidades, porém, na maioria dos casos elas estão ao deus-dará. O que funciona a todo gás é a arrecadação de impostos, a indústria de criar dificuldades para vender facilidades etc. e tal. Como sempre, aliás…
Exceções há, aqui e acolá, nos municípios, estados e União, dado que o sistema político em voga nos últimos 30 anos não conseguiu acabar com os bem intencionados. Mas, estão abandonados, como as cidades, nestes inférteis 100 dias de solidão. Cadê o povo?

