Editorial – Autópsia do sistema

A autópsia em andamento tem, na Operação Lava Jato, seus legistas expondo as entranhas do defunto. Há que ter, além de competência, muita coragem e estômago fortíssimo para mexer na podridão avançada. Do lado de fora, a disputa violenta, cega e burra pelos restos mortais assume proporções dantescas.
Viúvas e órfãos da ditadura, viúvas e órfãos do fascismo bolivariano, amantes e prostitutas socialisteiras do falecido digladiam-se enlouquecidos ou para cremá-lo, ou para metê-lo em criogenia, ou salvar os anéis, idos os dedos e o resto. Nada do que está em pauta no Congresso Nacional o ressuscitará. Morreu empanzinado, e nada há para pôr no lugar, por enquanto.
A falência múltipla de órgãos vitais executivos, legislativos e judiciários é cabal, além de irreversível, de vez que o único elixir salvador está em falta absoluta há séculos: doses massivas do remédio sugerido por Capristano de Abreu, ainda nos idos de 1.900: “Eu proporia que se substituíssem todos os capítulos da Constituição por: Artigo Único – Todo brasileiro fica obrigado a ter VERGONHA NA CARA”…

