Editorial – Equações surreais

Todos, no cômputo dos 144 milhões, são obrigados a elegerem vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais, presidentes, deputados federais e senadores. Queiram ou não, têm de participar do mal chamado “jogo político” – na verdade, uma farsa escatológica.
O denominador comum desse jogo seriam os partidos políticos, se representassem de fato os interesses da população, que abrangem os 206,5 milhões atuais. Não representam. Defendem interesses de minorias absolutas, num polo, e a ânsia e manutenção do poder, no outro, interligados que são.
A tese do Bem Comum, tão cara a Platão e Cícero, inexiste numa sociedade dominada pelo poder da grana, não pela força das ideias. Conceitos, teorias e tudo que se queira há, e em profusão, indicando os bons caminhos da política, começando pela valorização de quem trabalha e produz, já o fez ou fará, e valoração rígida da qualidade e conduta dos que, por hipótese, os representariam.
Do contrário as equação sociais, além de não fecharem, tornam-se surreais. É ruim, hein?

