Rick and Roll 30 anos: a história continua

  No dia 24 de fevereiro, o REPÓRTER publicou entrevista com Ricardo Martins, o conhecido Rick, mostrando um pouco da história deste personagem icónico da cultura underground do ABC. Nesta segunda parte, este periódico continua a contar a trajetória de sucesso do empreendedor e jornalista, que em meio a tecnologia resiste, com sucesso, a vender seus vinis.
“Eu assumi a loja no dia 10/01/1987, e fiz questão de trabalhar só com os meus discos: coloquei nas prateleiras surf, rockabilly, classic rock, o que já deu uma boa lotada na loja! Aí comecei a atrair um público diferente”, disse Rick. 
REPÓRTER – E os rockabillys vinham bem fortes naquele momento?
Rick – Bem fortes, porque em paralelo, a gravadora Charly Records passou a ser representada no Brasil pela Brasidisc, que lançou discos raríssimos com preços em conta – Randy Rich, Charlie Feathers e nomes que até então a gente desconhecia. Eu acabei virando um entreposto desse “lado B”. Ao mesmo tempo, o psychobilly começou a surgir com muita força…
REPÓRTER – Kães Vadius e companhia?
Rick – Kãe Vadius, com certeza! Houve uma ocasião em que eu trouxe o Guana Batz (nota da redação: banda inglesa de psychobilly) aqui na loja e também o Toy Dolls (nota da redação: banda punk inglesa) em um churrasco aqui em São Caetano. E criei também nesse ápice os campeonatos de topetes, que ficaram famosos nacionalmente.
REPÓRTER – Em meados dos anos 90, a loja foi obrigada a fechar as portas. Eram tempos ruins para o vinil?
Rick – Tempos sombrios, eu diria. Em 1994 eu transferi a loja da galeria para a rua Baraldi, acreditando que tinha atingido um establishment e que poderia se transformar em um grande magazine. Mas eu não imaginava que o efeito do CD fosse tão nocivo pra música quanto foi. Tive que “congelar” a Rick and Roll, mas eu nunca vendi meus discos – sempre acreditei que um dia o formato voltaria a ter valor – e foi o que aconteceu. Nesse ínterim, me tornei assessor de cultura da Prefeitura durante 12 anos e continuei fazendo eventos musicais.
REPÓRTER – Desde o início do ano, a loja se encontra em novo endereço, bem na entrada do tradicional Duboiê Bar. Conte-nos sobre esta parceria e os planos para o ano do trigésimo aniversário.
Rick – A Rick and Roll sempre foi mutante. E chegou a hora de atingir novos extratos sociais, novas frentes da juventude e esta parceria veio muito a calhar. O Duboiê é uma casa com 35 anos e por uma coincidência feliz do destino eu acabei conversando com eles e resolvemos utilizar o espaço frontal para montar a loja, mas a ideia é estender o espaço lateral para uma hamburgueria, uma barbearia ou outro ponto que possa agregar além do espaço da casa noturna. E o Duboiê e a Rick and Roll nos próximos anos pretendem enfatizar a feira do vinil – os dois eventos em janeiro e fevereiro foram um sucesso – onde pudemos trazer movimentação ao entorno e música ao vivo. A música ao vivo no sábado à tarde deu uma regenerada no ar e conseguiu arrancar os fantasmas da região…rs.  

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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