Quando a multidão venera alguma figura pública, sem entrarmos no mérito de sua qualidade humana, esta fala em “Povo!” – assim mesmo, em maiúscula. Se repudiada muda para populacho, plebe. Ainda, se manifestações favoráveis ou contrárias não reúnem senão meia dúzia de gatos pingados ou ratazanas decadentes, enquanto carnavais, marchas religiosas ou profanas aglomeram até milhões, é sintomático. Nestes tempos tormentosos pós-Lava Jato constatou-se não haver líderes à altura do desafio imenso de botar ordem no galinheiro e o país a prumo. Executivo, Legislativo e Judiciário – os três pilares do Estado democrático de Direito – estão sob suspeita e pretensos salvadores da pátria não resistem a avaliações mesmo que singelas.
Mesmo ante um mal menor, como Temer, a impressão é a de vácuo de poder legítimo nas instâncias elegíveis e partidos que, na beira do buraco negro da ausência explícita de representatividade, exumam seus cadáveres e planos surrados na esperança de permanecerem no poder, ou a ele chegar. No país inteiro, parece que a indiferença e o descrédito são a tônica, o fator determinante da apreciação política popular, do populacho ou da plebe sobre eventuais líderes postos, depostos ou propostos. A expressão consagrada “farinha do mesmo saco” define o momento inglório dos oportunistas de todo naipe. Não há projetos ou ideias novas no circo. Não há nomes…