Editorial – Roleta russa?

 Talvez embriagados pelo poder, de fato preocupados com a Lava-Jato e com absoluta certeza de que o tal “povo” (não confundir com Cidadania!) não está nem aí com a imoralidade política que assola o país desde o descobrimento, a caterva no poder deita e rola em falcatruas e afins. O que interessa é manter a canalhice institucionalizada tão ao gosto popular desde as origens do “País das Maravilhas”. 
Vaz de Caminha disse ao rei D. Manuel, em carta de 01/05/1.500: “Em se plantando, tudo dá” – para, ao final, pedir um cargo de aspone na Corte para um parente, ao tempo em que a indiada dava aos lusos suas mulheres e filhas em troca de bugigangas. A esbórnia nunca mais parou. 
Engana-se quem crê estar o povo indignado com o tsunami de corrupção que nos assola: cerca de três milhões já foram às ruas no pré-carnaval deste ano, e somente meia dúzia de gatos pingados contra a bandalheira em ação. Retirados os salafrários violentos e ditatoriais com a derrubada do projeto petista, persistem os mais maneirosos e velhacos que não querem guerras, mas, seguir locupletando-se em paz. 
Poderia alguém pensar que o atual governo estaria brincando de roleta russa, dadas as explosões teleguiadas de violência no Norte e Sudeste. Ledo engano! Em Brasília, nos estados e municípios, a aposta é na índole arquetípica sem vergonha dominante pelos séculos que, afinal, sempre funcionou. É por aí…
 

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