Editorial – Efeito Lava-Jato
Tendo apoio não deixará pedra sobre pedra do monstruoso balcão de negócios que, desde sempre, dominou o país. Executivo, Legislativo e Judiciário estão nus, com suas mazelas expostas e os partidos políticos, sem exceção, sob suspeita e repúdio geral. Fizeram e ainda continuam fazendo por merecer.
Leis complacentes, população indiferente e a batalha insana para manterem privilégios e interesses escusos, dos atingidos pelo tsunami moralizador, todavia poderão retardar e minimizar os efeitos da maior operação anticorrupção que o planeta já viu. Estão certos, porém, os que afirmam que as instituições funcionam.
O problema é se funcionarem para acobertar delinquentes, crápulas e bandidos de todo calibre, principalmente nos mais altos escalões da Justiça, destinatária final das investigações, inquéritos e procedimentos processuais. Ela é, também, retrato da realidade comprazente e conivente na qual ainda vivemos.
Bem como os representantes são o álter ego dos representados, o arcabouço jurídico de uma sociedade reflete sua índole. Esta necessitará de décadas para mudar. Difícil, mas, nada impossível.