Editorial

Editorial – Se o bicho pegasse…

 Imaginemos que de repente a PF e o MP ripassem e os tribunais metessem na cadeia todos os congressistas metidos em falcatruas: restariam uns vinte deputados federais e meia dúzia de senadores, se tanto. Estendendo o leque poderíamos afirmar que 90% dos parlamentares estaduais e municipais e outro tanto dos governadores e prefeitos teriam a mesma sorte. Arrastariam, ainda, seus cúmplices. 
Hipoteticamente chegaríamos acima de um milhão e meio de presidiários, ao custo de mais de três bilhões de reais/mês ou uns quarenta bilhões/ano. Primeiro, não há presídios suficientes. Segundo, o Estado e, portanto, o país, estão quebrados. Terceiro: as leis foram feitas para beneficiá-los. Seria missão impossível. 
Assim, hoje vão para a cadeia apenas os bois de piranha, enquanto o resto das quadrilhas cruza, festeiro, o mar de lama. Dá-se um placebo à sociedade teoricamente indignada e tudo segue como dantes em terras de Abrantes. Essa é a mutreta bem sucedida da canalhocracia eleita pelo voto. 
O tal “gigante adormecido” segue roncando, bêbado, sem ouvir de nenhum povo heroico “o brado retumbante”. Os excepcionais e raros heróis da batalha contra as máfias empoleiradas no poder estão sozinhos. Os salafrários-mor não precisam preocupar-se: o bicho não pegará ou comerá. 
O  velho bordão “cada povo tem o governo que merece”, no Brasil, é o axioma da equação que nunca fecha…
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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