Editorial – Cidades e urbanismo
Nada sabendo de urbanismo e embriagados por poder e dinheiro, falta-lhes ainda a modéstia de cercarem-se de profissionais competentes para o estudo, regulação, controle e planejamento das cidades. Pior que um urbanista perrengue, é eleger salafrários improvisados. E mais difícil e caro que desenvolver projetos urbanos viáveis, é consertar os estragos causados pelos “entendidos”.
Lamentavelmente nas últimas eleições não vimos uma só proposta do primeiro tipo, e infinitas do segundo. Não se planeja e remenda-se sucessivamente a porcaria deixada pelos antecessores. No pano de fundo do fenômeno está a avidez descontrolada da exploração imobiliária, predadora feroz do meio-ambiente seja devastando-o, seja verticalizando os espaços habitáveis sem levar em conta o contexto geral da cidade.
O aumento exponencial de migrantes desejosos de usufruir de serviços públicos ditos “de primeiro mundo”, mas, que não suportam a carga crescente de usuários, por não haver o mínimo planejamento na concessão de alvarás de construção, liquida a viabilidade urbana. É o que presenciamos há tempos.