É notório que a história do Brasil se confunde, em partes, com a de Portugal. Centenas de anos se passaram da nossa colonização, mas muitos portugueses ainda atravessam o oceano em busca de oportunidades em território tupiniquim, no entanto, os imigrantes não perdem suas raízes e, sempre que possível, voltam à terra natal para visitar famílias ou rememorar o passado.
A família Fonseca, radicada em São Caetano e, à frente da tradicional Padaria Portuense, tem laços muito mais do que afetivos com o país Europeu, isso porque, é responsável pelo hoje conhecido Museu Coruja, localizado no distrito da Guarda, ao nordeste de Portugal, na região da Serra da Estrela. O museu está instalado em uma casa de pedra, na pequena e acolhedora aldeia de Corujeira, com população estimada em aproximadamente 200 pessoas. O local dedicado à ave teve início quando o empresário Antônio Martins da Fonseca, hoje com 83 anos, morador de São Caetano, resolveu reformar sua casa em Portugal. “O museu surgiu a partir da coleção particular do meu pai. Estávamos nós da família no Centro da cidade e comentamos o que faríamos com as corujinhas provenientes das mais diversas partes do mundo e produzidas nos mais variados materiais, durante a reforma, eis que um jornalista local ouviu nossa conversa e enxergou uma possibilidade de promover a pequena aldeia e atrair visitantes. A história correu e iniciamos a exposição com cerca de 200 peças, há dez anos”, conta Fátima Aparecida da Fonseca.
Com a história percorrendo o país lusitano, a família Fonseca transferiu o acervo ao Governo local, que construiu um novo lar para as “aves”, que são cuidadas por um curador voluntário.
Atualmente, há mais de mil exemplares de corujas do museu.