Editorial – Do book ao trottoir

 O caso do BNDES, que é noticiado como novidadeiro pela mídia nestes dias, envolvendo Palocos, Barbies e Bernardões dentre outros, é velho e surrado e não foi adiante, anteriormente, pela covardia da oposição amarelona da última década. A respeito, o Senador Álvaro Dias (PV) nos disse, anteontem: 
“ – Não respondo pelos outros, mas há mais de uma década fiscalizo e denuncio este absurdo. Fui contra, denunciei o caso, apresentei projeto de lei propondo o fim do sigilo em empréstimos para outros países e impetrei Mandado de Segurança no STF exigindo o fim do sigilo destes empréstimos; graças a isso, hoje sabemos o que foi feito no BNDES. Continuarei firme, mesmo que muitas vezes sozinho e sem o reconhecimento”.  E é vero! Respondemos que não esteve e nem está sozinho, pois testemunhamos essa saga nos últimos dez anos. Hoje, graças ao Senador e à Justiça, ao Ministério Público e à Polícia Federal reunidos na Lava-Jato, a “caixa preta” de mais uma instituição conspurcada se abre. Os malfeitores perderam rumo e prumo, furiosos e assustados.  Escondem as cores. Escondem a estrela. Escondem a sigla. Escondem ícones, número e bandeira. Os crimes deles, revelados a cada dia, consignam a inevitável trajetória das prostitutas envelhecidas, que saem dos iluminados books de luxo das elites, para a noite sombria do trottoir anônimo pelas esquinas, nas bocas-do-lixo eleitoral.