Editorial – Deboches, debacles e debates…

 Embora ainda existam, pelo planeta, focos raivosos de ideologias fascistas e totalitárias fracassadas, no Brasil não prosperaram como seus delirantes propagadores e seguidores pretendiam. Vimos, no último século, o militarismo “capitalista” e sua irmã bastarda, a ditadura “comunista” de partido único, caírem de podres, por si mesmos.  O icônico General De Gaulle – proto-herói da Segunda Guerra Mundial, teria dito em 1962 que “le Brésil n’est pas un pays sérieux” (O Brasil não é um país sério…). Graças aos deuses de qualquer marca ou ano de fabricação, ele estava certo: não somos, mesmo!  Tanto na resistência aos militares, quanto no debacle da tentativa de tomada do poder dos tacanhos socialisteiros botocudos, o deboche sadio dos humoristas e chargistas foi mais efetivo que qualquer teoria e ação insana. Um povo que ri tanto de si mesmo só pode ser abençoado.  Elegemos canalhas da mesma forma que os botamos para correr. Em épocas eleitorais promovemos debates nos quais todos, sem exceção, usam o método porcalhão do copiar e colar ideias alheias ou pré-moldadas por marqueteiros improvisados sambando em cima de pesquisas aleatórias. O que importa é o espetáculo e a diversão.  Assim mesmo, há que saudar os organizadores e participantes do debate na ACISCS entre prefeituráveis de São Caetano que, contrariando o De Gaulle, levaram o entrevero a sério…