O estrondoso (sentido metafórico e literal) assalto às instalações duma empresa de transporte de valores em Santo André, com explosivos industriais e armamento de guerra, tem todas as características de guerrilha urbana. Eventualmente, seria o caso de investigar-se procedência das armas tanto quanto filiações e tendências ideológicas dos vagabundos detidos. Fica a sugestão… Esse segmento de quadrilha, enfrentado com heroísmo pelos seguranças e rachado com notável eficiência pela polícia, agiu segundo conceitos demasiadamente específicos para criminosos comuns. Revela conhecimento tático e estratégico, além de cuidadosa preparação logística, elementos básicos de ações militares. O crime não prospera sem uma inteligência que o comande. Igualmente, nenhuma polícia poderá combatê-lo sem a inteligência oposta, com a desvantagem de reagir aos fatos e – não tendo bola de cristal – não ter como prevê-los. Sabendo que tais grupos existem, sabe-se que agirão, mas, não quando e onde.Há que levar-se em conta, ainda, a desvantagem lamentável em poder de fogo. O que realmente motiva a bandidagem é um mistério. O que desmotiva as forças de segurança do Estado é a aliança sórdida de uma legislação pérfida destinada a proteger criminosos e punir os agentes da lei. Não se passa a mão na cabeça de um ferrabrás armado com um fuzil .50 em lugar nenhum do planeta. Só aqui. É ruim, hein?
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.