Não chegamos sequer à metade do caminho para o fundo de um poço, que parece não ter fundo. Assim como vemos a maioria das pessoas afirmando – com cara de “fazer o quê” – que tudo está mais caro, do cafezinho no boteco à pizza do fim de semana, também as temos referindo-se à corrupção desvairada da casta política no atacado e no varejo, causa primordial das mazelas que nos afligem: “- Político é assim mesmo”, afirmam, tetricamente fatalistas. O certo é que a sociedade só muda, e por algum tempo, ante tragédias dramáticas e exponenciais. Roma e outros impérios da História caíram por não poderem manter, mais tempo, a estratégia do “panem et circenses” tão do agrado popular, em contraposição às “desagradáveis” políticas de chicote e forca subsequentes. Já nos livramos disso, mas, poderemos voltar a isso. A “Operação Abismo” – da Polícia Federal na 31ª fase da Lava Jato – involucrou desde blogueiros a soldo e mulata de escola de samba a mais um tesoureiro do PT – o Paulo Ferreira – passando por figuraças já carimbadas da esbórnia nacional, como o Dilúvio Soares. E daí? Renan Calheiros – o folclórico presidente do Senado – não propõe restrições à Lava-Jato de moto-próprio: fala em nome da maioria dos políticos do país. O certo é que têm muito medo: vai que a paciência do tal do “povo” chegue ao fundo do poço e ele descubra o que fazer com os que lançaram o país no abismo…
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.