Editorial – Chutou o pote…

 A temperamental Inglaterra, rica em lendas medievais e tradições supérfluas, resolveu sair da União Europeia. Especialmente cruel e predadora no colonialismo, heroica na Segunda Guerra e chiliquenta no novo milênio, resolveu chutar o pote e fazer “carreira solo” no caldeirão do inferno no qual o planetinha desvairado segue eternamente metido. Os mercados, horrorizados, entraram em histeria. Ainda há esperanças de não ocorrer o “BREXIT”. 
Independentemente dos interesses econômico-financeiros e político-ideológicos de fundo, a ultrapassada e insossa – e mesmo indigesta – monarquia formal não passa de aparências inúteis, mais destinadas ao turismo irracional que a consequências funcionais. De fato, pouco mudará na soberana bagunça universal, mas, o Brasil poderá lucrar com o barraco, tendo juízo. 
É um mercado interessante que não pode estar subordinado a ambições de outros países e blocos para favorecer negócios e cooperação mútuos atuais e futuros, se o atual governo interino brasileiro estiver mesmo disposto a sair de acordos restritivos e convenções engessadores da última década “bolivariana”. 
A globalização irrefletida gerou antônimos irreconciliáveis. O Brasil argolado ao Mercosul está, para a Inglaterra atada ao MCE, como uma formiga está para um elefante. E se o segundo tem desarranjos intestinais, é mais prudente ser cabeça da primeira que rabo do segundo.
 

Sair da versão mobile