Deputado que ganhou 12 vezes na Loteria preside sessões da Câmara dos Deputados
Há duas semanas, o STF (Supremo Tribunal Federal) afastou Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, porque ele estaria atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato. No lugar dele ficou, interinamente, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que tem sido rejeitado por parlamentares, porque tentou anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Alguns partidos, como o DEM, querem novas eleições para a presidência da Câmara. Outros esperam que Giacobo, que é segundo vice-presidente da Casa, assuma os trabalhos.
Giacobo é conhecido na Câmara por ter sido premiado 12 vezes na loteria em apenas um ano. Na época, ele não era deputado.
A assessoria do Partido da República (PR) afirmou que o parlamentar ganhou na loteria esportiva em 1997, jogando em bolões com amigos. “Ele recebeu R$ 123 mil da parte que lhe coube no prêmio, conforme consta da declaração do Imposto de Renda. Ele não foi premiado em outros concursos”, diz o texto.
Em depoimento no Conselho de Ética, o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou ontem, a afirmar que não tem contas no exterior e que não manobra para que seu processo se alongue por mais tempo. Cunha declarou que tem um “trust”, que é um tipo de contrato no qual o dono do recurso transfere para um terceiro a administração dos valores.
“Não escondi de ninguém a existência do trust […] Considerar isso como uma conta bancária como qualquer conta bancária […] é uma comparação absurda que não tem a comprovação de que aconteceu desta maneira”.
Em uma das denúncias contra Cunha que são analisadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a PGR (Procuradoria Geral da República) afirma que ele recebeu propina de R$ 5,2 milhões por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobras.