É certo que militante político não tem necessariamente que ser meliante político. Quando Collor – a Besta do Apocalipse que não deu certo – foi posta a correr em 1992, não se quebrou vidraça, não se invadiu prédio, não se violentou o direito de ir e vir das pessoas com barricadas de pneus em chamas, não se atacou a polícia para depois se apresentar como vítima e por aí vai. Está claro? Que se pegue em armas contra uma ditadura – não importa de que tipo – se nada tem de excepcional, tudo tem de justificável. Contudo, até na democracia mais mequetrefe, não! Pondo um governante canalha no poder por meio do voto, há que aguentá-lo nos limites da tolerância. Atingida essa fronteira e esgotada a paciência, remove-se o sacripanta legalmente. É o que vivemos hoje e não se trata de um momento histérico, porém, de um ato cívico na História. Os rearranjos democráticos são complexos e difíceis de executar. Ao desalojarmos o governante ou legislador ímprobo, irresponsável e incompetente, somos obrigados a pensar nas consequências econômicas e sociais, geradoras do cenário político sobreveniente. Neste caso, bronca é ferramenta de otários e, quem extrapola, perde a razão. Meliantes e militontos políticos têm de ser contidos nos limites da lei e da civilidade. Evidentemente, à violência da ofensa caberá a força da resposta. O que não vai com amor, vai com dor… Certo?
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.