Editorial

Editorial – Cartas na mesa

 A remoção de um governo esquizofrênico e de traição nacional – que deveria ser um movimento cívico, patriótico e democrático – transformou-se no Congresso num jogo asqueroso de cartas marcadas, patrocinado por seres tão vaidosos e arrogantes quanto hipócritas e desqualificados.  Na Câmara, mês passado, o vexame só não foi maior por ter, a maioria dos mequetrefes, ao menos tomado posição pelo afastamento duma presidente tão incompetente quando irresponsável, porta-voz de uma facção criminosa e não do país. No Senado prosseguiu o ultraje na Comissão Especial do impeachment, nesta semana, com a tropa de choque presidencial criando factoides sobre factoides e confusão sobre confusão, ante uma Mesa Diretora tímida e vacilante. O performático Lindberg teve sorte de não ser embolachado pelo saturado Caiado. A democracia, às vezes, não é justa.  Enfim, no Congresso, nada de novo surgiu em dois meses fosse jurídica, fossepoliticamente e bastariam 15 minutos para a decisão sobre a procedência do pedido de afastamento em pauta e outro tanto para a votação no plenário. Repetimos: as cartas estão viradas na mesa, “the game is over”. 
Por que e para que, então, tanto cenário e holofotes, tanta mise-en-scène num espetáculo rasteiro e vulgar, se o país está quebrado e paralisado? É que, aos grandes vultos da política do passado, sucederam-se os sombrios mequetrefes do presente… 
 

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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