Editorial

Editorial – Batata quente

 O fato notável, na sessão do Senado que recebeu, na terça-feira, o relatório da Câmara sobre a defenestração de Dilma, não foram as tentativas protelatórias, o ingente passar de papagaios-de-pirata junto ao orador de turno em busca de holofotes, ou a histeria do Guimarães (aquele envolvido com os dólares na cueca): foi o ardil do presidente Renan Calheiros em passar a batata quente da condução do processo, uma vez aceito, para o inefável Lewandowski, presidente do STF.  Depois do vexame parlamentar dos deputados que teve até cuspida no meio, infame desfile de vaidades e oportunismo e nenhum conteúdo, embora atendendo as tais “aspirações do povo brasileiro”, parece que Renan amarelou ante a responsabilidade de conduzir o impeachment até a penúltima fase. Tirou o rabo da reta bem antes.  Lewandowski atrasou em meses o julgamento do Mensalão com suas prosopopeias, manobras e firulas, e deveria presidir exclusivamente a sessão final do processo, quando da decisão do afastamento hoje tido por inevitável. Assumindo de imediato, antes do frigir dos ovos, não há muito que esperar em termos de ritmo adequado do processo. Ao contrário: fará prevalecer a enxurrada de questões de ordem, mesmo que contrárias ao regimento interno e à Constituição.  Sendo Dilma condenada ou não, a culpa dele será e Renan, O Vaselina, poderá tranquilamente seguir com seus tratamentos capilares…

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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