Onze milhões de documentos vazaram para a imprensa internacional, envolvendo milhares de picaretas famosos ao redor do planeta e bilhões de dólares desviados dos cofres públicos de dezenas de países, em contas “offshore” montadas por um só escritório de advocacia, o “Mossak Fonseca”, entre centenas de arapucas do tipo. Nos países que deram certo, como na Inglaterra, os fraudadores do fisco foram imediatamente chamados às falas, principalmente políticos que serão obrigados a tornarem públicas suas declarações de renda. Na Islândia, o premiê David Gunnlaugsson renunciou. Nesses países, ninguém criticou a imprensa por publicar as informações das falcatruas. No Brasil há 107 empresas-fantasma vinculadas a pessoas, partidos políticos ou empresas investigadas pela nossa Operação Lava Jato. Dirão, os indigitados, que a corrupção não é privilégio do Brasil, sendo coisa corriqueira pelo mundo todo. Ocorre que a divulgação dessas contas fraudulentas tem inspiração nas ações da Justiça, Polícia e Ministério Público federais caboclos, únicas entidades que estão fazendo história no país e dando um exemplo internacional de coragem e competência. Não vimos, sequer na Rússia de Putin, ninguém ameaçar com “consequências sangrentas” a denúncia e punição de criminosos políticos hora na chapa quente. Só no Palácio da Alvorada e na República Sindicalista do ABC. Sintomático, certo?
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.