De nada serve seguir horas e horas o circo de baixíssima categoria que se apresenta na tal comissão do impeachment. Todas as posturas dos atores são conhecidas de há muito tempo, tornando irrelevante atitudes seja a favor, seja contra. Não há drama: há demonstração tragicômica da péssima qualidade moral e cultural tanto dos que lá estão participando de um espetáculo asqueroso, quanto e principalmente dos que os elegeram. Primeiro, é supérfluo latir de volta para cachorro louco ou não. Depois, se de crimes se trata, há que centrar-se essencialmente em fatos, provas e enquadramento legal.Provas de crime há, e fartas, a empilhar-se cumulativamente ano a ano, mês a mês, dia a dia e hora a hora na capivara dos suspeitos, indiciados e investigados. O sistema político cavernoso imposto ao país no último quarto de século gerou e impôs métodos refinados ou toscos de chegada ou permanência no poder “nem que a vaca tussa” ou validando o axioma “ não sabem do que somos capazes”. Mas, cartesianamente, julgamento político se faz nas urnas e nas ruas e, de crimes tipificados, no âmbito da Justiça. Toda a farândola que presenciamos nestes dias bota a premissa de pernas ao ar. O essencial, que é o cumprimento da Lei, substituiu-se pelo supérfluo: os métodos degradados e degradantes de uma casta política venal em sua imensa maioria, num inaceitável balcão de negócios…