Além do mal estar geral da imensa maioria da população com a inflação, o desemprego, a recessão, a corrupção e absoluta incompetência do governo federal na gestão da coisa pública, questões mais surreais há, velada ou nitidamente, a agravar a crise estrutural em que naufragaram o país, dentre elas a independência dos poderes republicanos. Nos últimos 13 anos o Executivo cumpriu, feericamente, a estratégia de dominação dos demais pilares do Estado de Direito, seja subornando e comprando o Legislativo transformando-o em desaguadouro de corruptos de todo naipe, seja aparelhando o Judiciário já subordinado pela instituição da nomeação de suas mais altas esferas ao seu bel prazer. Como pode o STF ser naturalmente isento em seus pareceres e justo em suas decisões, se seus membros dependem da indicação político-partidária do ou da chefe de governo e, não obstante ter ainda de adaptar-se a casuísmos e factoides legislorrégicos, ser e parecer equânime? À politização de seus métodos corresponde a judicialização da política. E a política somente se judicializa ante erros ou crimes de outros poderes. É necessário, ao nosso ver, tanto a independência orgânica e material do Judiciário, quanto a sua abstenção político-partidária num país de instituições corrompidas. Especialmente num momento histórico no qual a indignação dos justos se confronta com a afronta dos injustos.
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.