Saúde

Pílula anticoncepcional aumenta risco de trombose?

 Há muito tempo se fala da relação entre as pílulas anticoncepcionais e atrombose. Para esclarecer o tema, é importante entender melhor o problema:trombose venosa profunda é um coágulo sanguíneo que se forma dentro de uma veia, dificultando ou impedindo por completo a passagem do sangue de volta ao coração naquele segmento afetado. Os hormônios femininos atuam na parede das veias, provocando dilatação e redução do tônus venoso, podendo levar a edema, sensação de peso e piora das varizes. Esses sintomas podem diminuir se a dose de estrógeno for mais baixa. Diversos fatores podem desencadear a trombose venosa profunda, sendo os mais comuns: imobilização prolongada, trauma, obesidade, varizes de membros inferiores, câncer, cirurgias de grande porte e trombofilia – quando uma pessoa nasce com afinidade maior para ter trombose devido a problemas no sangue; normalmente essas pessoas costumam ter vários casos de trombose na família. Os anticoncepcionais orais, caso da pílula, são medicamentos que associam um estrogênio sintético (etilnilestradiol) a progestogênicos. Existem pílulas de 1ª, 2ª e 3ª geração, conforme a quantidade de hormônios, que vem sendo reduzida com o tempo, minimizando os efeitos colaterais. A pílula exerce efeito sobre a coagulação sanguínea e alguns estudos mostram haver risco relativo quatro vezes maior para o desenvolvimento de trombose em mulheres que utilizam anticoncepcionais em relação às não usuárias. Esse risco aumenta com a idade. A incidência é de 4 a 10 mil mulheres por ano e entre 35 a 39 anos passa a ser de aproximadamente 9 a 10 mil mulheres por ano. Esse risco é maior no primeiro ano de uso e está aumentado em tabagistas acima de dez cigarros por dia. Existem alternativas para o uso de anticoncepcionais orais. Pesquisas sugerem que o injetável trimestral tem menos potencial de causar trombose. Também para os injetáveis mensais a impressão é a mesma. Todas as mulheres devem cuidar bem de sua saúde vascular, agindo ativamente nos fatores desencadeantes como parar de fumar, manter peso equilibrado, fazer atividade física regular, tratar as varizes (se for o caso), evitar a imobilização prolongada, conhecer bem o histórico de problemas de sua família e, com o passar dos anos, pensar na possibilidade de mudar o método anticoncepcional. Claro, sempre seguindo as orientações do seu ginecologista, que é o médico da mulher e o especialista mais capacitado para orientar essas questões. 

Mostrar Mais

Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo