Editorial – Só resta rezar

 Matar, neste país de fantasia, virou lugar comum. Qualquer besteira e o cidadão tem a fita queimada. Em qualquer lugar, bronqueou e está ripado. Na medida em que o policiamento preventivo inexiste o medo domina. O clima de terror é causado pela impunidade de menores delinquentes, chefiados por maiores que dominam territórios e impõem a lei do cão à cidadania de bem, pacata e trabalhadora. A simples reclamação contra baderna, carros com som turbinado, motos com escapamento aberto, ou afrontas das gangues que dominam praças e esquinas, pode resultar em agressão e até em assassinato. Leis iníquas patrocinam a impunidade.
Praças públicas tornam-se biqueiras para viciados e traficantes e a droga rola livremente, enquanto os vizinhos tudo toleram e diretamente ignoram, pois sabem do risco, se denunciarem. A granel, temos botecos nos quais tudo se combina, incluindo compra e venda de armas, produtos de roubo e furto e farto elenco de ações criminosas. Ao lado do medo a droga, de consumo farto, reinam absolutos. Ninguém sabe mais com quem está falando. De noite e na madrugada, pior nos fins de semana, a coisa se exacerba ainda mais. Basta falar com os PMs. que atendem alguma ocorrência: ninguém viu, ouviu ou fala nada. O Estado, dominado por hipócritas teorias aberrantes, protege os criminosos e condena a cidadania ao total desamparo, só lhe restando rezar. Até quando?