O MDMA, também conhecido com ecstasy, já é aplicado em alguns países na recuperação de pacientes que sofrem com Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). A novidade agora é que, em breve, o Brasil também deve entrar na onda e fazer alguns testes para estudar o impacto da substância, quando usada de maneira complementar ao acompanhamento terapêutico em pacientes com trauma.A metilenodioximetanfetamina (MDMA – pop MD, Molly) é uma droga sintetizada em laboratório, transformada em cristais incolores e inodoros que normalmente são misturados com água e cujo efeito causa euforia, sensação de bem-estar e alterações sensoriais. Utilizado no mundo inteiro, o MD ficou popular entre os jovens, principalmente em festas rave.O ecstasy (pop bala, pastilha) também é uma síntese de MDMA, alucinógenos, anfetamina, cafeína, aspirina, ácido (LSD) e até talco e farinha. É comum ser manipulado em pílulas ou pó. Mas a verdade é que se tratando de drogas em países onde o uso é criminalizado, você nunca sabe o que está tomando. Mas em sua essência, ela também é usada em busca de euforia e expansão dos sentidos.O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) se desenvolve em pessoas que viveram ou presenciaram alguma situação de violência extrema. Como por exemplo um estupro. Sabe-se que pacientes com TEPT têm menor ativação cerebral nos campos responsáveis pela memória e aprendizagem. E em compensação, maior funcionamento naqueles lugares que ativam o medo, como a amígdala.O tratamentoNo cérebro, o MDMA diminui a ação da amígdala. Ou seja, a substância diminui sintomas como o medo e a ansiedade de pacientes com TEPT. Além disso a pessoa também se sente mais confiante. Mais fácil de entender agora, né?A pesquisa é coordenada por psiquiatras e já acontece há pelo menos dez anos em vários países, como Estados Unidos, Canadá, Suíça e Israel. Eles vêm estudando os efeitos em pacientes com TEPT, principalmente em veteranos de guerra.Segundo os resultados publicados na revista científica Nature, o tratamento com MDMA teve 83% de sucesso. Avaliados quatro anos depois, os pacientes tratados não mostraram retorno do TEPT.Mas ainda vai demorar…“Nosso objetivo é trazer o avanço dessa medicina ao Brasil. Se conseguirmos, vamos participar de um grande estudo internacional que será lançado em 2017 e visa a regulamentação do tratamento até 2021”, diz o neurocientista Eduardo Schenberg, diretor do Instituto Plantando Consciência, uma ONG que estuda efeitos de drogas psicoativas como a ibogaína, LSD e ayahuasca no cérebro.A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) aprovou o estudo no país com a condição de que ele arrecade uma verba de R$ 100 mil para tratar ao menos quatro pacientes. Enquanto isso pesquisadores tentam arrecadar pelo menos R$ 50 mil via financiamento coletivo no Catarse até segunda, 21.
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.