Editorial – Efeitos imprevistos

 A avaliação, no STF, da constitucionalidade da eleição da Comissão Especial da Câmara Federal para o impeachment de Dilma Rousseff, já aceite, e dos procedimentos para a Comissão avaliar seus quesitos acarretou, ao menos, fortes distúrbios intestinos nos que insistem na tese de “golpe”. Nem precisaria… Foi serviço mal feito, num circo deplorável. Os adeptos da chicana do golpismo, que como nas eleições fajutaram dados, números, circunstâncias, ocorrências e mentiram descaradamente, fazendo o diabo para vencer, afirmaram já na quarta-feira que somente em São Paulo botaram 70 mil de seus feros legionários na Paulista em “defesa da democracia”(Sic!). Esticando muito, seriam cerca de 10 mil, porém perigosos. Assumiram que o STF, sob a pressão de suas hostes, detonaria o processo, alertas aos efeitos colaterais da Operação Lava Jato (Delcídio Amaral que o diga: citou ministros numa gravação insólita, provocando a ira dos deuses!). Erro crasso: o pedido está legalmente aprovado. A Comissão Especial, não. Algumas Excelências do STF, citados pelo infausto senador na gravação da Lava Jato, sentiram a pancada: o boca grande e vários outros estão na cadeia. Os mencionados tiveram, obrigatoriamente, que mostrar serviço. A Casa, neste caso de impeachment, pondo ordem no picadeiro, parece estar a exorcizar-se de um estranho fenômeno paraláctico: o “Efeito Delcídio”.