Uma rápida olhada no cenário político dos últimos anos e verificamos a carência de lideranças políticas capazes de mobilizar multidões com suas palavras aliciantes, bases culturais sólidas e projetos exuberantes.Quiçá, o fenômeno da globalização, pragmático e acaçapante, solapou a magia daqueles cujo carisma os tornava irresistíveis, mesmo messiânicos. Não há mais tais líderes, que faziam da oratória o instrumentos de fascínio e cujos conhecimentos tornavam-se palavras de ordem cativantes.A retórica, ou oratória, compõe-se de argumentos, arranjo das ideias, da expressão apropriada para cada uma, das figuras de linguagem, memorização do discurso, improvisação e apresentação emocionante ao público. Na região do ABC o último exemplar da espécie foi, inegavelmente, o prefeito Luiz Tortorello, último líder carismático natural, falecido há exatos onze anos…Mas, se pelo correr do tempo os líderes axiomáticos se foram, as novas gerações envolvidas em política não lhes herdaram a verve, o conhecimento e, menos ainda, o prestígio decorrente de suas atitudes concernentes ao discurso. Gritalhões barulhentos os há e aos montões. Nulidades sociais em postos de mando, mais ainda.São tempos difíceis, nivelados pelo mais rasteiro e vulgar consoante a cultura do copiar e colar, do compartilhar asnices infindas nas redes sociais. Dá no que dá: em assombroso vazio; em nada!
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.