Editorial

Editorial – Zona cinza

 23/08/1954: 1,5 milhão de pessoas (população nacional: 54 milhões) lotou a Cinelândia contra Getúlio Vargas, que se suicidou no dia seguinte. 14/03/1964: quase meio milhão de pessoas (população nacional: 82 milhões) ocupou as ruas em São Paulo, na “Marcha com Deus pela Liberdade” pedindo a queda do governo de João Goulart, deposto 16 dias depois. 18/09/1992: a proximidade da votação da abertura do processo de impeachment de Fernando Collor levou cerca de 750 mil pessoas (população nacional: 154 milhões) a marcharem pelas ruas de São Paulo. Ele renunciou 11 dias depois.13/12/2015:  talvez 60.000 pessoas (população nacional: 204 milhões)  ocuparam a Avenida Paulista pelo impeachment de Dilma Rousseff (anteriormente, a “revolução dos 20 centavos” pusera mais de 1,5 milhão na área). Não aconteceu nada. Brasília, o PT e sua base alugada respiraram aliviados. Explica-se, assim, o porquê dos representantes políticos da “zona cinza” persistirem nas suas manobras e maracutaias, conchavos e mutretas para permanecerem, voltarem ou chegarem ao poder nas próximas eleições como se no melhor dos mundos estivessem. Eles conhecem bem suas clientelas, como o boiadeiro experiente conhece seu gado. Deu no que está dando.Se nos momentos decisivos do passado os indignados com desmandos dos poderosos foram decisivos desta vez, pelo andar da carreta, os omissos definiram o futuro do país.   

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Walter Estevam

Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.

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