O rio de lama que destruiu o Rio Doce no pior desastre ecológico nacional e 5º mundial, está longe de botar na cadeia os responsáveis pela eclosão dos rejeitos de mineração vazados em Mariana: diretores da Samarco, Vale, BHP e funcionários dos órgãos públicos de fiscalização. Acordos e tramoias impedem o auxílio às vítimas e o meio ambiente que se dane.Mais vergonhoso e revoltante, contudo, é o mar de lama que escorre, impávido, pelas instituições brasileiras, cujo derrame de imoralidade e canalhice está representado na sordidez do Congresso Nacional, na questão da cassação de Eduardo Cunha e do impedimento de Dilma Rousseff, tendo ainda Renan caminhando no fio da navalha e a apreensão sobre as atitudes do indecifrável Judiciário.Salvo a equipe de Sérgio Moro, os delegados do DPF e os promotores da Lava Jato, nada mais é confiável nas instituições da República, resultado do bolivarianismo em má hora instalado no poder. Tudo foi corrompido. Os dejetos de Brasília espalham-se pelo país inteiro, contaminando a vida política do último município perdido nos cafundós do Judas, à Praça dos Três poderes. A decisão do STF sobre a pertinência ou não da “Comissão Especial”, dia 16, dependerá das manifestações de amanhã contra o sistema e pelo impeachment. Se multitudinárias, uma medida: segue o enterro. Se pífias, outra: os omissos decidirão os destinos do país.
Casado, Publisher do Jornal ABC Repórter e da TV Grande ABC, Presidente da ACISCS, Ex-Presidente da ADJORI, Ex-Presidente da ABRARJ, Ex-Professor Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Jornalista, Publicitário, Apresentador dos programas 30 Minutos e Viaje Mais.